O início do ano de 2021 não foi fácil para ninguém, incluindo para os fãs de kpop. Quase todos os dias os fãs do gênero eram surpresos com novas notícias de acusação de bullying que alguns idols supostamente haviam cometido em seus anos de escola, até então, não se sabia o porque de todas essas denúncias acontecerem ao mesmo tempo, mas a imagem perfeita que as empresas do kpop tentam nos passar de seus artistas, foi posta em jogo. Muitos acusados foram afastados de suas atividades e o medo de uma suposta saída de seus grupos atormentavam todos os fandoms que passaram por tal situação. O ano continua sendo 2021 e notícias de bullying no kpop permaneceram, porém os alvos agora são entre membros de seus próprios grupos, seria isso um resultado de jovens que foram expostos a esta indústria competitiva desde cedo ou somente traços de personalidades que foram escondidos por tanto tempo?
A onda de acusações de bullying gerou um debate, deveriam os idols sofrerem o risco de perder suas carreiras por algo que aconteceu anos atrás? Mesmo pedindo desculpas e se responsabilizando por suas ações, as alegações por si só, mesmo se não forem verdadeiras, arruinam reputações na sociedade competitiva da Coreia do Sul. É um assunto delicado a se pensar, pois, também, há a dor que as vítimas ainda podem sentir, especialmente vendo seus agressores se tornarem tão queridos pelo público. As pressões da vida de ídolos são muitas, mas se confirmada a acusação é imprescindível que haja alguma atitude em respaldo a vítima e a demonstração pública de arrependimento, isso serve para que os idols passem a ser vistos como qualquer humano, que também é passível de erros, mas algumas empresas não gostam de ser essa imagem intocável afetada e quando se deparam com escândalo como esse preferem descartá-los, como foi com o caso da Soojin (ex membro do (G)I-DLE), onde sua empresa Cube Ent. optou por retirá-la do grupo mesmo com suas acusações sendo ditas como infundadas.
Nada se pode extinguir a culpa de alguém por uma agressão e o perpetuador dessas ações deve assumir as consequências, mas observando esse mesmo cenário se repetir no mundo do kpop, fez a todos se perguntarem qual seria a influência da indústria nesse tipo de comportamento. Polêmicas de bullying entre os próprios membros do grupo, como a recente envolvendo as membros do BLACKSWAN, Leia e Fatou, levantam dúvidas da veracidade das relações entre os membros que de certo modo também é "vendida", até onde uma empresa vai para debutar e lucrar em cima de uma marca? Fatores como a rivalidade gerada entre os trainees durante a época de treinamento com o debut incerto, são perfeitos para criar um ambiente de cheio de adversidades antes um time, os atritos de uma convivência em grupo podem ser ainda mais aumentados quando as condições de vida são precárias, o que ocorre frequentemente na grande maioria dos grupos de pequena empresa no início de carreira. A falta de um acompanhamento psicológicos desses jovens que possuem o mesmo sonho em comum, porém, diferentes origens e vivências e que após assinarem um contrato se enxergam comendo, dormindo, treinando juntos por anos em busca do sucesso, perpetuam a grande parcela de culpa das empresas nesses casos.
Os ídolos do K-pop são seres humanos falíveis, assim como o resto de nós. Esse ideal de perfeição criado sobre eles não os impede de ter feito coisas estúpidas, especialmente quando se é mais jovem. É fácil se deixar levar pela fantasia do que vemos em frente as câmeras, mas, nos bastidores, idos são tão imperfeito quanto qualquer pessoa. Entretanto, só por serem celebridades não significa que estão livres de qualquer culpa, mas se deve sempre observar os dois lados da mesma moeda antes de partir para a terra do julgamento sem fim que é criado em toda zona de comentários de qualquer vídeo ou notícia de "só mais outro caso" de bullying na indústria.
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