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Weak Hero e Study Group: O Lado Sombrio da Educação na Coreia do Sul

  • Foto do escritor: Rami
    Rami
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Lançadas recentemente, fazendo sucesso e reacendendo o debate sobre a violência nas escolas são os kdramas Weak Hero Class 1 e 2, e Study Group. Ambos mergulham em realidades marcadas por constantes agressões físicas, medo constante e a negligência de um sistema educacional que muitas vezes falha em proteger suas vítimas. Mas até que ponto essas histórias refletem a realidade? E como a sociedade sul-coreana lida com esse problema dentro e fora das telas?


Em Weak Hero Class, um aluno brilhante e reservado enfrenta agressores com táticas de inteligência e resistência psicológica. Já em Study Group, um jovem forte, mas com dificuldades acadêmicas, tenta sobreviver num colégio marcado por gangues e conflitos constantes. As tramas são ficção, mas têm muita semelhança com a realidade. A Coreia do Sul enfrenta há anos uma crise silenciosa de bullying nas escolas. Muitos estudantes relatam violência física, humilhações públicas, exclusão social e cyberbullying. A pressão escolar e a cultura de evitar escândalos levam muitas vítimas ao silêncio.


Pôster de divulgação da série Study Group.



Casos reais expõem a gravidade do problema. Em 2011, o decisão extrema de dois estudantes em Daegu após anos de bullying gerou comoção nacional. Os jovens deixaram cartas detalhando agressões constantes e a falta de apoio da escola. Em 2022, o caso de uma aluna de 12 anos em Busan que sofreu queimaduras provocadas por colegas também causou revolta. Apesar da gravidade, os agressores foram tratados como menores infratores e receberam punições leves.


A Coreia do Sul tem uma cultura que valoriza profundamente a reputação. Por isso, figuras públicas envolvidas em polêmicas, mesmo antigas, enfrentam duras consequências, independentemente da confirmação imediata das denúncias. Um exemplo marcante foi o ator Ji Soo, acusado de bullying escolar em 2021. Na época, ele foi retirado do drama River Where the Moon Rises enquanto a série ainda estava no ar, e desde então sua carreira praticamente estagnou. Muitas empresas e emissoras preferem se afastar de qualquer possível associação negativa, rescindindo contratos e cancelando aparições.


Apesar das severas consequências que figuras públicas enfrentam quando acusadas de bullying, como a perda de contratos e o cancelamento de projetos, o comportamento ainda persiste nas escolas da Coreia do Sul. Isso ocorre devido a uma combinação de fatores culturais e sociais profundamente enraizados na sociedade sul-coreana. A pressão pela competitividade e pela hierarquia, onde o bullying muitas vezes é visto como uma forma de afirmar poder e status, contribui para a normalização dessa prática.


Além disso, a falta de suporte institucional adequado nas escolas e a impunidade dos agressores, especialmente entre os mais jovens, fazem com que muitos não percebam a gravidade do comportamento. Mesmo com as campanhas de conscientização, a verdadeira compreensão dos danos psicológicos causados pelo bullying ainda é limitada, o que, infelizmente, permite que o ciclo de violência continue.


Séries como Weak Hero e Study Group ajudam a dar visibilidade ao tema, e podem gerar empatia. Mas é preciso cuidado: quando a violência é retratada apenas como entretenimento ou glorificada em cenas de ação, há o risco de banalização.Nos últimos anos, o governo coreano tem reforçado campanhas contra o bullying, incentivado denúncias anônimas, oferecido suporte psicológico e proposto leis mais duras. Mas especialistas dizem que a mudança cultural é tão importante quanto a legal. Representar a violência escolar na ficção é uma forma poderosa de abrir diálogos desde que feita com responsabilidade. Porque, para muitos estudantes, essa história não é só roteiro. É a vida real.


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