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Foto do escritorJéssica Caroline

A HISTORIA DOS K-DRAMA: um país em busca de sua identidade


Hoje vamos contar um pouco como surgiram os k-dramas, como essas séries tão amadas foram se transformando até os dias de hoje e como eles se relacionam diretamente com a história da Coreia do Sul.


Antes de entramos direto no assunto dos k-dramas, precisamos entender em que ambiente eles surgiram. A Coreia (Norte e Sul) sofreu a maior de suas invasões entre 1910 e 1945, quando ficou sobre o domínio japonês. Só a título de curiosidade, a Coreia fica numa posição geográfica um tanto quanto delicada entre a China e o Japão, por conta disso sempre foi alvo de ataques por essas duas potencias. Sendo o período colonial o mais severo deles, já que os japoneses forçaram sua assimilação cultural sobre a população proibindo qualquer tipo de manifestação tradicional coreana.


Diante da enorme perda cultural e artística da nação, a população sul-coreana decidiu lutar pela sua identidade, o que resultou na Guerra da Coreia que foi de 1950 até 1953. Mas, infelizmente, muito da arte sul coreana havia sido perdida ou roubada pela Coreia do Norte e as representações artísticas, musicais e teatrais haviam sido alteradas pela influência de outros países.


  1. Cerâmica Coreana da Dinastia Goryeo (918-1392)

  2. "Dancing together with two swords" pintura coreana retirada do álbum de pinturas Hyewon pungsokdo desenhadas pelo artista coreano Shin Yunbok durante a Dinastia Joseon.

Nesse período, a Coreia do Sul era o país mais pobre, já que a Coreia do Norte era o país mais desenvolvido e possuía a capital da nação. Foi então que os Estados Unidos da América encontraram a oportunidade para inserir sua cultura. Enquanto a Coreia do Norte, se manteve sobre a influência da URSS. Sendo impossível uma nova união em decorrência das diferenças ideológicas e o ápice da Guerra Fria.


Já a história dos k-dramas começou com transmissões de rádio na Coreia ainda na década de 1920, no período colonial, acima citado. Nesse período, menos da metade da programação era coreana, e essa era apenas uma das formas que o Japão usava para disseminar a sua cultura no país, além de outras imposições como obrigar os cidadãos a falarem a sua língua.


O fortalecimento da busca pela proteção da cultura nacional, veio com a Guerra da Coreia, quando a Coreia do Sul e do Norte se dividiram. Mas sem uma base cultural ou dinheiro para investimento em sua própria arte, os EUA entraram em cena, trazendo reflexos até o dia de hoje (é por isso que quando assistimos aos nossos k-dramas vemos sempre uma Subway, por exemplo, presente em alguma cena). O que não nos impede de ressaltar como a Coreia soube trabalhar bem para transformar essa inserção ao seu favor e se tornar independente.



Só após a Guerra da Coreia, em 1956, que surgiu a primeira estação de TV, a HLKZ-TV, em Seul, pois até então, os programas eram importados dos EUA, quando as escassas TVs começaram a chegar em 1950. Mas poucos anos depois, a estação foi fechada em decorrência de um incêndio.



Em 1961 a Korean Broadcasting System (KBS) começou a transmissão de TV. Sim, a KBS que se faz presente até os dias atuais. Mas na verdade ela surgiu na década de 1920 com transmissões de rádio, e apesar de iniciar sua transmissão na TV em 1961, só foi oficialmente fundada como serviço público de radiofusão no ano de 1973.


A imagem ao lado apresenta os logos da KBS ao longo dos anos. O primeiro foi usado a partir de 1961 até 1973, quando ainda não era oficialmente um serviço de radiofusão.


O segundo logo foi usado entre 1973 (quando a KBS se tornou um sistema oficial) até 1984. E o terceiro logo, adotado a partir de 1984 é o utilizado até os dias atuais.



Foi a KBS, inclusive, que produziu o primeiro k-drama oficialmente em 1962, Backstreet of Seoul, mas muito diferente do modelo como conhecemos hoje, a história era de acordo com os princípios estipulados pelo governo militar da época. Classificado mais como uma palestra sobre problemas da vida urbana do que uma história para entretenimento.


Outro exemplo foi Real Theatre, exibido por duas décadas que servia como uma ferramenta de incentivo ao anticomunismo feito pelo governo. Mas como na época, aparelhos de televisão eram escassos, os k-dramas não tinham uma grande repercussão, nem havia métodos de medição de audiência. Além do mais, o orçamento para a produção era baixo e a maioria das histórias eram do gênero sageuk (termo utilizado para definir os dramas históricos coreanos).


Fontes: 1, 2, 3

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