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WEAK HERO CLASS 1: UM DRAMA SOBRE AMIZADE E AMADURECIMENTO

Foto do escritor: Jéssica CarolineJéssica Caroline


(ALERTA DE GATILHO - O DRAMA POSSUI CENAS DE VIOLÊNCIA FÍSICA E MENTAL)


Weak Hero Class 1 é um minidrama de 2022 de 8 episódios que acompanha um trio de garotos do ensino médio, lidando com seus próprios problemas pessoais e a luta externa para sobreviver em um ambiente hostil que é a escola.


Apesar de se passar em um ambiente majoritariamente formado por meninos no auge de sua puberdade dentro da escola, os personagens principais comandam a cena com maestria e ao mesmo tempo leveza ao exporem seus medos, inseguranças e incertezas.


O trio de protagonistas é formado por Park Jihoon (Wanna One) como Yeon Sieun. O jovem é extremamente esforçado em seus estudos, ficando sempre entre os melhores da turma, ao mesmo tempo é quieto e calado, até ser incomodado por aqueles que atrapalham seu caminho. Sieun na verdade é um menino solitário e triste, cujos pais, mesmo separados, possuem uma relação conflitante e não sabem lidar muito bem com o filho que possuem.



Sieun, porém, possui um outro lado. Ao ser tirado de sua quietude, ele explode em violência, como alguém que está no limite do desespero. Utilizando de sua inteligência, ele domina os inimigos para sair vitorioso nas brigas em que se encontra, apesar de ser, em regra, menor do que seus oponentes. E é justamente essa sua característica que chama a atenção de An Sooho (Choi Hyunwook, de Racket Boys).



Sooho é o alívio dessa história. É um jovem que vive com a avó, e apesar de não sabermos muito ao seu respeito, ele tem vários empregos de meio período, mas, apesar de cansado, está sempre de bom humor e animado. No passado, ele praticava artes marciais, mas agora usa de seus conhecimentos e técnicas apenas para impedir outras confusões. Por conta disso, ninguém mexe com ele.


Sieun e Sooho, apesar de possuírem personalidades opostas, se entendem de imediato. Sieun, em especial, encontra no novo amigo uma espécie de porto seguro e felicidade que até então ele não havia experimentado. Por conta disso, começa a ter demonstrações de afeto que até então eram estranhas para ele. Essa relação de amizade e cumplicidade que surge naturalmente, nos emociona, especialmente diante da resolução da história.



O último jovem que compõe o trio é Oh Beomseok (Hong Kyung, o ator já apareceu em dramas como D.P. e Hotel Del Luna). Beomseok aparece como um garoto transferido de seu antigo colégio, mas logo descobrimos sua história. Filho de um político popular, sua vida parece muito boa, mas ele era uma vítima constante de bullying em sua antiga escola e sofre agressões físicas e psicológicas do pai.


Isso torna Beomseok o personagem que talvez seja o que mais tem conflitos internos. E esses conflitos, unidos a necessidade desesperadora de se encaixar, tornam o personagem quase um vilão dessa história. Pois, posso adiantar que será um personagem que inicialmente você vai torcer pela sua felicidade, mas no fim das contas, será o que você mais odiará na história toda. O que só reforça a característica da série de manter os pés no chão, sem garantia de finais felizes e bem resolvidos.



São a partir desses três personagens e suas histórias, que a produção irá se desenvolver. Mas antes de qualquer coisa é preciso um alerta, a história, apesar de emocionante, é composta de muitas cenas de violência, agressão física e psicológica que geram várias tragédias irreparáveis na vida de cada um do trio de amigos. Além disso, suas cenas podem afetar quem assiste.


Violência, seja ela de que origem ou forma que toma, está sempre presente na escola, tanto dentro quanto em seus arredores do lado de fora. Os perigos estão sempre rondando e para sobreviver os jovens precisam sempre lutar para serem o mais forte, o que gera um ciclo de ódio e mais ódio. Separando o grupo em várias classes, como a divisão entre aqueles que são a caça e aqueles que são os cadadores.



E para tentar vencer esse ambiente hostil e sobreviver em meio a insegurança, é que Sieun, Sooho e Beomseok também terão que despertar aquilo que possuem de violência dentro de si, ainda que seja contra a própria vontade do trio.


Por fim, como a produção está tratando de um tema sério, e faz questão de mostrar a realidade desse tema, não espere por um final feliz. Depois de tantos problemas, confusões e desentendimentos, cada um dos personagens terá que lidar com as consequências de seus atos e dos atos das pessoas próximas que acabam respingando em suas próprias vidas.



E não só isso, além de ter que enfrentar essas consequências, os protagonistas mostram que não há para onde fugir, pois os problemas não acabam, muda-se o ambiente e as pessoas, mas a violência reprimida e a necessidade de imposição de uma espécie de cadeira alimentar, sempre se faz presente, bem debaixo dos olhos dos adultos que deveriam trabalhar para proteger os mais jovens, só que na verdade, mantém vista grossa diante dos problemas, por considerar mais fácil seguir dessa forma.


Por conta dessas características reais, que o drama tanto vale a pena, além da atuação de seus atores nos papeis centrais, que garantem cenas emocionantes e que conquistam o coração daqueles que assistem, nos fazendo torcer pela sua vitória, apenas do meio em que estão inseridos e dos recursos que acabam sendo obrigados a utilizar, que é a violência.



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