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Foto do escritorJéssica Caroline

Juvenile Justice: conheça o novo drama jurídico da Netflix



A HISTÓRIA


Juvenile Justice é a mais nova série coreana da Netflix com 10 episódios que variam entre 55 e 65 minutos acompanhando a Juíza Sim Eunseok em sua rotina, julgando casos de menores infratores em uma Vara da Infância e Juventude.


Acompanhamos as histórias envolvendo crianças e adolescentes nas mais variadas situações sem qualquer tentativa de amenizar a realidade, por isso não é um drama recomendado para todos, pois pode gerar alguns gatilhos.


A história começa com a chegada da Juíza Sim Eunseok ao seu novo cargo, mas logo fica claro que ela odeia jovens infratores e não suaviza na hora de lhes aplicar as penas. No novo cargo ela vai trabalhar com o Juiz Cha Taeju, seu subordinado e o Juiz Kang Wonjung, seu superior. E só mais tarde é que a Juíza Na Geunhee entra para substituir o Juiz Kang.


Em conjunto ou individualmente o trio vai julgando os processos que nos são apresentados. O primeiro caso talvez seja um dos mais chocantes por retratar o assassinato, com requintes de crueldade, de uma criança, cometido por outra criança. O que já dá o tom da história e mostra a mensagem que a série quer trazer.


Outros casos que aparecem envolvem violência familiar contra jovens, algo que está muito presente ao longo de toda a história, e é o foco no início da serie; prostituição de menores e venda de vídeos ilegais; roubos e furtos; violência sexual; vazamento de provas em colégios demonstrando as falhas do sistema de ensino, dentre outros casos.


OS PERSONAGENS



Juíza Sim Eunseok (Kim Hyesoo, de Hyena): é uma mulher fria e distante que odeia jovens infratores e não tem medo de repetir ou demonstrar isso. Seu ódio na verdade, é fruto de uma perca do passado que destruiu sua família e a fez mudar completamente. Mas seu sentimento para com os jovens não lhe impede de ter atitudes de proteção ou cuidado, além disso é notável seu desejo de justiça quando vemos que ela mantém sempre fotos das vítimas de seus casos, ao alcance de seus olhos, como uma forma de nunca esquecer o seu trabalho e o seu dever.


Juiz Cha Taeju (Kim Mooyul, que atualmente está em Grid da Disney+): é o coração dessa vara. É o juiz mais jovem que acredita que seu papel não se limita a julgar, mas a servir de exemplo e orientar os jovens a se ressocializarem. Seu desejo de cuidar e sua crença fiel na recuperação dos jovens é fruto de suas próprias experiencias. No passado ele também foi um jovem infrator e encontrou em um juiz que havia julgado seu caso, o exemplo e incentivo para mudar o rumo de sua vida, agora ele tenta fazer o mesmo com os jovens que passam pelo seu tribunal.


Juiz Kang Wonjung (Lee Sungmin, de The 8th Night): é o presidente desse trio. É um homem que as vezes parece estressado e impaciente, mas suas atitudes demonstram seu desejo de ajudar os jovens. Ele acredita na mudança do sistema através de maiores investimentos de recursos para dar mais atenção à esses jovens e assim reinseri-los na sociedade da forma correta. É por isso que ele decide se demitir do cargo de juiz e entrar para a política. Infelizmente seus sonhos não se concretizam quando seu filho acaba envolvido em um dos casos que está sob sua jurisdição.


Juíza Na Geunhee (Lee Jungeun, de Law School): é a substituta do juiz Kang. É uma mulher que gosta de resolver os processos rapidamente, percorrendo os caminhos mais fáceis, o que claramente contrasta com o pensamento dos seus novos colegas, especialmente com a Juíza Sim. Falando na Juiz Sim... No passado, a Juíza Na julgou um caso que envolvia diretamente a Juíza Sim e esse passado vai repercutir diretamente nas opiniões divergentes que as duas mulheres terão nos casos que julgarão.


CRÍTICAS E COMPARAÇÃO COM A REALIDADE


A história peca no que talvez seja a qualidade mais relevante da Juíza Sim Eunseok e que lhe da uma áurea meio que de justiceira: a possibilidade de investigação. Infelizmente a realidade do Poder Judiciário é bem diferente. Não há recursos humanos e materiais, muito menos o tempo que a Juíza Sim gasta investigando os casos em busca dos verdadeiros culpados. A dura realidade, em qualquer parte do mundo é a existência de um Judiciário abarrotado que não permite ao juiz nem ler todas as folhas de um processo, quiçá investigar por conta própria.


Ao longo da história conhecemos a Juíza Sim Eunseok e a origem de sua raiva: quando ela precisou da justiça no passado, para julgar um jovem infrator que destruiu sua família, a justiça foi falha. Mas em alguns momentos a atitude da Juíza se limita a pura grosseria com os jovens e com seus colegas de trabalho. O que tira um pouco da humanidade natural que sua personagem deveria ter e a coloca apenas como uma pessoa grosseira.


Paralelo aos casos, vamos conhecendo um pouco da vida dos três juízes principais que começam trabalhando juntos e vamos entendendo como eles enxergam seus papéis e como fazem seus julgamentos. Isso demonstra que por mais que o juiz precise agir com imparcialidade, é impossível deixar seus sentimentos completamente de fora dos casos. Assim como esses casos afetam quem eles são, seus sentimentos e suas relações. Vemos isso no último caso, por exemplo, que traz um jovem relacionado ao passado da Juíza Sim e da Juíza Na; ou quando o Juiz Cha sofre com um caso envolvendo um dos garotos que ele acompanhava; ou no caso do Juiz Kang que por um instante vacilou em seus princípios quando seu filho acabou envolvido em um escândalo de vazamento de provas.



A série também sinaliza para a origem de muitos problemas com os jovens. A maioria deles são criados por pais, responsáveis ou tutores ausentes que não se preocupam com seu desenvolvimento, agem com violência ou simplesmente deixam os jovens fazerem o que quiserem sem lhes ensinar valores ou limites. O que gera jovens sem controle ou senso do que é certo ou errado.


Sendo assim, quando aqueles que têm o dever de cuidado, proteção e auxílio para com os jovens, falham, é papel da justiça corrigir esse erro, infelizmente de forma posterior ao dano, mas ainda com possibilidade de evitar danos maiores no futuro. A intenção é mostrar como o papel do juiz é fundamental na construção da personalidade dos jovens que passam em seus tribunais e como um pouco de atenção é importante para tornar os jovens infratores, pessoas que passam longe do crime. Infelizmente, a realidade é bem diferente disso.


Confira o trailer:


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