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Bong Joon-ho: Um Espelho da Sociedade no Cinema Sul-Coreano

  • Foto do escritor: Jéssica Caroline
    Jéssica Caroline
  • 8 de abr.
  • 4 min de leitura


Bong Joon-ho é um dos mais importantes e aclamados diretores da Coreia do Sul e do cinema mundial. Nascido em 1969, Bong se destacou por sua habilidade única de misturar gêneros como comédia, drama, suspense e ficção científica com fortes críticas sociais. Suas obras exploram temas como desigualdade, corrupção, alienação e os conflitos internos do ser humano – tudo isso com uma narrativa envolvente e, muitas vezes, irônica.

Bong Joon-ho é um cineasta que não apenas conta histórias – ele provoca, incomoda e faz pensar. Com seu olhar crítico e criativo, ele se consolidou como um contador de verdades disfarçadas de ficção, e suas obras seguem conquistando audiências e prêmios ao redor do mundo.


Confira algumas de suas obras abaixo:


Cão que Ladra Não Morde


Classificado como uma comédia, com alto teor de sátira, o filme de 2000 acompanha um professor universitário que vive com a mulher grávida em um pequeno apartamento. Incomodado com os latidos constantes dos cachorros que moram no prédio e aos arredores, o morador decide tomar uma providência e ao longo das semanas os cachorros da vizinhança vão desaparecendo. Levando a uma busca pelo culpado. O foco da história não está no universo em que esses personagens vivem, mas nos conflitos explorados dentro dos personagens. O passado deles não importa, a questão é que no presente, eles estão sufocados pela vida que levam.



Memórias de um Assassino


Memórias de um Assassino é um thriller policial inspirado em um caso real de um serial-killer que atuou na Coreia do Sul entre 1986 e 1991. A história se passa durante a brutal ditadura militar sul-coreana, em que três detetives seguem os rastros de um assassino que os levam a questionarem suas óticas de trabalho. Cada um dos detetives tem a sua própria forma de fazer as coisas, personificando a situação daquele período. Quem espera um final feliz para essa história, sabe que vindo desse diretor, é difícil um final realmente satisfatório, e aqui não é diferente. Afinal o filme se encerra sem uma conclusão do caso, apesar de todo o empenho desesperado que foi empregado, na intenção de demonstrar que as feridas ainda estão abertas e não estão esquecidas.



O Hospedeiro


Prime vídeo

Park Gang-Doo é um homem que ajuda o pai em uma barraquinha as margens do rio Han e é sempre subestimado pelos dois irmãos mais bem-sucedidos. Quando um monstro emerge de dentro do rio, a filha de Gang-Doo é levado pela criatura e a família se juntará para encontrar a menina. Enquanto tentam superar as diferenças em prol de um objetivo comum, os espectadores vão conhecendo cada um dos membros dessa família que estão infelizes e resignados com o lugar que ocupam, e encaram essa aventura na esperança de finalmente se sentirem especiais por fazer algo diferente. E é claro que há um toque de crítica também aqui, nesse caso, o descarte ilegal de lixo tóxico que é o responsável pelo “surgimento” do monstro do rio.



Mother - A Busca Pela Verdade


O filme, como o próprio nome deixa a entender é a luta de uma mãe, nesse caso para salvar o filho, um homem de 28 anos com deficiência mental. Quando uma garota morre, esse filho é acusado de assassinato, e cabe unicamente a essa mãe investigar por conta própria para encontrar o verdadeiro culpado e provar a inocência de seu dependente filho. Tudo na história tem um tom depressivo, que arrasta o espectador para um clima opressor e sufocante. As cenas constantemente escuras, a chuva persistente que insiste em cair na cidade e não menos importante a figura da mãe, pobre, idosa e desamparada. Acompanhar a saga dessa mulher para libertar o seu filho nos leva a questionar os dilemas morais vividos pela personagem título.


Expresso do Amanhã


Mercado Play.

Quando a Terra entre em uma nova era do gelo, os sobreviventes são obrigados a em um trem gigantesco capaz de abriga-los. Mas após quase 2 décadas a sobrevivência dentro do espaço confinado se torna completamente caótica. Obviamente, há uma divisão social nessa sociedade reduzida. Os vagões da frente são ocupados pelos mais ricos. Os vagões do fundo são ocupados pela população responsável pelos trabalhos mais pesados que vivem oprimidas e sem condições mínimas de sobrevivência. Cansado dos abusos, um dos moradores dos vagões finais decide avançar para os vagões da frente, levante consigo um grupo de pessoas que também estão dispostas a mudar as coisas. Essa divisão dos vagões, alienação da população, trabalhos forçados e sistema autoritário são a representação de um estado totalitário.


Okja


Netflix

Okja conta a história de uma porca gigante que dá nome ao filme e sua amizade com a pequena Mikha, uma menina que mora com seu avô em uma casa isolada nas montanhas. Por trás da história de aparência fantasiosa e infantil a intenção de uma corporação dentro do filme é convencer os consumidores de que Okja foi criada por um fazendeiro, tentando esconder a realidade de que a porca gigante é fruto de um experimento de laboratório que criou diversas aberrações genéticas que estavam indo diretamente para os supermercados e consequentemente para a mesa dos consumidores. Toda essa criação nada mais é propositalmente criado para atingir alcançar a mente de quem acompanha a história, pessoas comuns, como eu e você que, em regra, estão acostumadas a consumir alimentos sem questionar suas origens, ironizando a produção e o consumo em massa.


Parasita


Max, Amazon, Telecine e Apple TV.

O filme é um retrato crítico da sociedade sul-coreana chamando atenção para as desigualdades econômicas do pais. De lados opostos estão as famílias Kim e Park, a primeira está na base da cadeia alimentar, enquanto a segunda, é milionária. Na posição que se encontram os Kim fazem o que precisam para sobreviver, inclusive aplicando golpes. Das formas mais variadas cada membro da família Kim vai se infiltrando na casa e as circunstâncias em que se encontram acentuam ainda mais essa diferença social. O que os ricos veem como uma benção, é um verdadeiro inferno para os pobres. O segredo do filme talvez seja a capacidade de permitir interpretações diferentes para seus espectadores. Os Kim se infiltram numa família rica e tentam sugar tudo que podem dos Park, como verdadeiros parasitas, então seriam eles os vilões ou são apenas fruto de uma sociedade absurdamente desigual?


Conteúdo exclusivo, não retirar sem os devidos créditos!

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