top of page

The Guest: qual a verdadeira origem do mal?

Foto do escritor: Jéssica CarolineJéssica Caroline



Quisemos mostrar as coisas da perspectiva de que todos os males começam no coração do homem. O homem pode ser temível. Talvez nós sejamos o problema.
Kim Hongsun, o diretor.

[ALERTA: CONTÉM SPOILER]


The Guest é um k-drama de 16 episódios de suspense e terror, produzida pela OCN, e foi ao ar entre setembro e novembro de 2018. Dirigido por Kim Hongsun (conhecido também por Black e Voice), acompanha um trio formado pelo taxista Yoon Hwapyung (Kim Dongwook), o padre Matthew/Choi Yoon (Kim Jaewook) e a detetive Kang Kilyeong (Jung Eunchae) na busca incansável por um demônio chamado Park Ildo.


Mas até alcançar seu objetivo principal, o trio passa por diversas situações perigosas. E, como um inimigo poderoso, Park Ildo, tem vários súditos e auxiliares a sua disposição, e usa todas as armas que pode para alcançar seu objetivo.


A história do taxista e seus parceiros na verdade começa vinte anos antes. Hwapyung nasceu em uma família de xamãs e desde criança demonstrou seus dons mediúnicos. Em uma noite, quando sua família fazia um ritual, um dos participantes acabou sendo possuído por um espírito. É a partir daí que a tragédia de instala na vida do taxista. Devido a sua sensibilidade para sentir espíritos, sua família pensa que ele está possuído e numa tentativa de libertá-lo chamam dois padres para um exorcismo: o experiente padre Yang e o jovem padre Choi, que acaba também sendo possuído e matando toda sua família, sendo o único sobrevivente, seu irmão caçula Choi Yoon, que já adulto assume a identidade de Padre Matthew.



Já adultos, o taxista e o padre seguem com suas vidas de forma paralelas. O padre Matthew e Hwapyung possuem personalidades e formas de pensar opostas, por isso constantemente entram em conflito, mas ao longo da história conseguem encontrar um equilíbrio enquanto buscam o inimigo em comum.


É nesse meio tempo que a detetive Kang também entra nessa corrida perigosa. Conforme inicia uma investigação, ela descobre que Hwapyung está investigando o mesmo caso, despertando suas desconfianças. Diante dos limites impostos pela detetive, é que Hwapyung decide compartilhar com ela seus verdadeiros objetivos. Obviamente, a detetive não acredita no taxista, mas conforme coisas inexplicáveis vão acontecendo nos casos investigados, ela passa a acreditar.


A base de terror da história é a possessão e o exorcismo. Em que acompanhamos o padre Matthew, responsável pelo trabalho de libertar os possuídos. Essas cenas, inclusive, são de arrepiar, muito bem-feitas, tanto pelos protagonistas, como pelos personagens possuídos.


É assistindo a esses momentos que a detetive Kang percebe que os culpados dos crimes que ela investiga estão num nível muito além que não podem ser limitados pelas grades de uma prisão. Nem seus crimes podem ser solucionados pelos caminhos considerados racionais, porque ultrapassam e muito o natural.



Possuídos por outros demônios controlados pelo Park Ildo, essas pessoas matam suas famílias e aqueles que entram em seu caminho, apunhalam o olho direito e depois tiram as próprias vidas. Hwapyung, em especial, está tão traumatizado em ver essa cena desde a infância que está disposto a dar a própria vida para destruir esse inimigo poderoso.


Não que os demais também não estejam com a mesma disposição. O padre Matthew é o único capaz de realizar os exorcismos para matar os espíritos malignos e mesmo sobre uma maldição que lhe custará a vida, ele está disposto a ir até o fim; e a detetive Kang, que poderia continuar vivendo sua vida normal, para fazer justiça a sua perda no passado, entra nesse jogo que parece além de sua compreensão.


Outros personagens que também se destacam são a Deputada Park Hongju (Kim Hyeeun) e o Padre Yang (Ahn Naesang). Ambos são uma boa representação da mensagem que o diretor quis passar (citada logo no início desse texto). A deputada Park é considerada uma figura pública exemplar e sempre simpática, mas por trás é uma mulher perversa e má. Assim como o Padre Yang, o mesmo que vemos no início da história, uma pessoa inicialmente boa, mas que acaba cedendo para o lado obscuro.



O único problema dessa história talvez seja a fatídica revelação de quem é o poderoso Park Ildo, suas origens e o motivo de suas ações. A história se desenvolve mostrando a destruição que seus subordinados deixam no caminho daqueles que permitem sua entrada, alimentados pelo ódio e pelos sentimentos ruins que guardam dentro de si. E quando chegamos ao desfecho, nossa desconfiança já passou por todos que apareceram em cena, que só serviram como instrumentos contra o trio de protagonistas, mas que tiveram suas histórias mais bem desenvolvidas.


Assim como a ideia de que a maldade começa no próprio coração do homem, que é algo mostrado, mas que, talvez, só seja percebido por aqueles que acompanham a mensagem do diretor nos créditos do último capítulo.


Esses fatos, porém, não desmerecem a qualidade do trabalho. Para quem é fã ou apenas gosta do gênero e ainda não teve a oportunidade de assistir, The Guest é uma excelente escolha. As atuações dos três protagonistas também são excelentes: Kim Dongwook como o taxista médium Hwapyung consegue trazer o carisma necessário ao personagem; Kim Jaewook, interpreta o padre Matthew de forma tão convincente que quem assiste pode partilhar com o personagem suas angústias e inquietações fervilhando; e por fim, mas não menos importante, Jung Eunchae como a detetive Kang, completa o trio, trazendo tudo aquilo que falta nos outros dois protagonistas, selando em definitivo a relação entre eles.




584 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page