
[ATENÇÃO: o texto pode conter SPOILERS, além disso o texto aborda questões sobre o sentido da vida e a mortalidade humana, o que pode ser um GATIILHO].
Seobok é um filme de ação e ficção científica lançado em 15 de abril de 2021, dirigido e roteirizado por Lee Yongju com duração de 114 minutos.
Min Kihun (Gong Yoo) tem glioblastoma, um tumor cerebral que não lhe deixará viver mais de um ano, nas previsões mais otimistas, além disso é claramente depressivo especialmente por carregar o peso de decisões do passado das quais se arrepende amargamente. Mas ao receber a missão de levar um espécime até um ponto de destino que lhe foi determinado em troca de um tratamento para sua possível cura, Kihun embarca numa viagem que lhe dá um resquício de esperanças de sobrevivência.
A função de Kihun é transportar Seobok, um clone humano que carrega em seu sangue o segredo da imortalidade. Mas o que parecia uma missão fácil de ser executada, se torna uma viagem que levará Kihun a refletir sobre muitas questões e nos fará refletir junto com ele.

Quando o caminhão em que estão é atacado, Kihun, além de Seobok é o único que sobrevive ao ataque para completar a missão e é assim que a relação dos dois personagens se inicia. Kihun quer concluir a tarefa que lhe foi dada unicamente pelo fato de que isso pode lhe dar uma nova chance de viver, por isso não quer conversa, está impaciente e tudo o que enxerga é o seu objetivo, mas Seobok lhe trará uma nova visão das coisas que lhe fará encarar algumas verdades.
O personagem de Park Bogum, é, de longe o mais profundo de toda a história. Apesar de ser considerado por todos a sua volta como apenas um espécime, um ser que apenas parece humano, mas não é, e de ter crescido dentro de um laboratório sendo realmente tratado como uma cobaia, ele é cheio do que chamamos de humanidade.
Seobok, muitas vezes se assemelha a uma criança, como quando sai andando pelas ruas movimentadas pela primeira vez, encantado com o colorido e a vida a sua volta querendo tocar nas coisas e observá-las mais de perto.
O nome Seobok, inclusive, segundo o próprio filme ganhou fama há 2.500 anos quando imperador Qin enviou um servo em busca do elixir da imortalidade representando o desejo da humanidade de superar a morte.

Mas a mesma inocência que faz Seobok parecer uma criança, também servirá para levantar questionamentos como o medo da morte e qual a origem desse medo; ou por que as pessoas querem viver e qual é o sentido da vida. Todas essas perguntas são levantadas pelo personagem de Park Bogum que se tornam as perguntas que Kihun percebe que não tem resposta.
E não é apenas a ideia de mortalidade que Seobok nos faz questionar, mas também a exaltação da imortalidade. Qual o proposito de viver para sempre? Seobok nunca dorme, algo inclusive que é em alguns momentos comparado ao fim da vida, mas o que representa também a falta de descanso. Viver eternamente seria nunca dormir, o que significaria uma falta de descanso eterno, então. O que definitivamente nos leva a perceber que não há final feliz para os nossos personagens.
Seobok tem consciência que sua imortalidade é mais uma maldição do que uma benção e a condição de sua existência é para garantir a realização dos interesses de alguns, cujos objetivos todos nós sabemos que não incluem ajudar a humanidade, nem a nossa dupla de companheiros.
Assista abaixo o trailer do filme:
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