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  • Foto do escritorRami

O tabu sobre a saúde mental coreana


Aparentemente não está tudo bem em não ser normal na Coreia do Sul. Isso porque ainda há muito estigma sobre a questão de transtornos mentais entre os indivíduos coreanos, por ser um país com uma cultura competitiva e focada no mercado de trabalho as pessoas que possuem problemas de saúde acabam sendo vistas como não tão úteis a sociedade e isso torna muito mais difícil um coreano aceitar que possui um distúrbio mental e buscar ajuda. Além disso, quem chega a procurar auxílio enfrenta dificuldades e preconceitos nessa sociedade que busca o impossível, a perfeição.



Mesmo sendo notada por obter bons índices na área da saúde como ser a terceira nação com maior expectativa de vida no mundo ou estar entre os dez países com menor taxa de obesidade a Coreia do Sul possui um grande segredo obscuro. O país obtém o título de maior taxa de suicídio entre os 35 países ricos da Organização para Cooperação e desenvolvimento Econômico, onde 29,1 pessoas em cada 100.000 cometem suicídio. Na República da Coréia a maioria dos coreanos, 95%, relatam estar estressados, um terço deles cronicamente. Então porque um país com uma sociedade notadamente com problemas relacionados a saúde mental não recebe amparo do seu governo?.


“A atmosfera em torno da saúde mental não é tão boa em termos de percepção sobre doença mental, investimento governamental e alocação de orçamento.”

Park Jong-ik, professor de psiquiatria da Universidade Nacional de Kangwon.


A economia é prioridade na agenda política nacional da Coreia do Sul e as pessoas que sofrem de transtornos mentais, especialmente aquelas com doenças mais graves, não são eleitores tão atraentes para políticos, e também, não são uma seção que eleitores visam, portanto, os fundos são alocados em outras áreas além daquelas que ajudariam as pessoas com esse tipo de transtorno. Os pacientes que necessitam de auxílio psiquiátricos acabam por não procuram tratamento e lidando com as doenças por conta própria, negando um possível diagnóstico psiquiátrico e adotando estratégia de evitação passiva contra sua doença, uma estratégia comumente usada pelos coreanos por devido a dificuldade em adquirir seguro médico e influências prejudiciais em sua reputação e carreira.


Os valores tradicionais consideram os transtornos mentais como problemas internos a serem tolerados e entre os coreanos, os mais velhos, que respeitam ainda mais as tradições, são os que mais evitam os serviços de saúde mental devido à sua associação com fraqueza pessoal. Isso explica tendência em como a área da saúde tem tratado os transtornos mentais na Coreia, um estudo recente descobriu que a grande maioria das vítimas de suicídio havia procurado tratamento médico, não por problemas de saúde mental, mas por sintomas físicos como fadiga, falta de concentração, dor abdominal e dores de cabeça.


A campanha sul coreana “Ponte da Vida” contou com 124 trabalhadores, totalizou 2,2 km de extensão e utilizou 2.200 luzes de LED e sensores

Esses dados não querem dizer que a Coreia do Sul ignore completamente a questão das doenças psicológica. A Comissão de Saúde Mental de Gyeonggi tem prestado serviços para coreanos com doenças psiquiátricas e iniciou atividades culturais relacionadas à saúde mental, com a possibilidade de que a cultura possa aumentar a compreensão do público sobre doenças psiquiátricas e levar ao processo de recuperação, o 'safeTALK', em parceria com a Associação Coreana de Proteção ao Suicídio, é outro exemplo de programa comunitário que se concentra em treinar jovens para entender sobre saúde mental e visa mudar a percepção e consciência do público sobre o suicídio como uma saúde evitável. Existem muitas outras iniciativas que o governo coreano e instituições de saúde tem tomado para mudar o cenário atual da saúde mental, o esperado é que finalmente a sociedade coreana perceba que está tudo bem sim em não ser normal.



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