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Foto do escritorJéssica Caroline

O DRAMA DA MINHA VIDA: UM DRAMA PARA A VIDA



O drama dessa semana é O Drama da Minha Vida, também conhecido como Be Melodramatic/Melo is My Nature. O drama da JTBC (emissora que vira e mexe nos traz interessantes dramas para reflexão), foi ao ar em 2019 e ao longo de seus 16 episódios acompanha a vida de três amigas, que pelos mais variados motivos acabam morando juntas: quando uma delas perde o grande amor de sua vida e desmorona, as outras duas decidem se mudar para sua casa com a intenção de ajudá-la a se recuperar.


A ideia do drama não é trazer histórias mirabolantes, ação ou relacionamentos intricados, seu objetivo, muito bem executado por sinal, é retratar o cotidiano de pessoas comuns, enfrentando suas dificuldades e tentando fazer o melhor diante das situações inesperadas que enfrentam.


Lee Eunjung (Jeon Yeobeen, nossa eterna advogada Hong Chayoung de Vincenzo), é a primeira das três amigas protagonistas. Ela é uma mulher forte e sua personalidade a torna uma pessoa assustadora. Seu sonho sempre foi ser documentarista, e reunindo toda determinação que possuía, ela realizou seu sonho e da noite para o dia se tornou milionária com o sucesso do seu documentário. Mas desde que o amor da sua vida morreu, ela nunca mais foi a mesma. Enquanto tenta retomar o rumo da sua vida aparentando normalidade, Eunjung ainda não conseguiu superar a morte de seu namorado.


Hwang Hanjoo (Han Jieun de Bad and Crazy), é a nossa segunda amiga, a doce Hanjoo, na época de faculdade vivia cercada de pretendentes, mas nenhum deles havia chamado sua atenção, até que um dia ela conheceu alguém especial. Mas pouco depois de se conhecerem ela acabou engravidando e ele a abandonou para viver sua própria vida e seguir sua carreira de ator que começava a fazer sucesso. Desde então, Hanjoo se tornou uma mãe solo que trabalha numa produtora, e enfrenta todo tipo de humilhação para garantir o pão de cada dia.


Por fim está Lim Jinjoo (Chun Woohee de Argon), a aspirante a escritora de drama, ainda está tentando decidir o que fazer com sua vida. Apesar de ser uma mulher forte e corajosa, ela ainda não conseguiu superar um ex-namorado, com quem acaba se vendo obrigada a trabalhar por um tempo. Das três amigas, Jinjoo talvez seja a mais inconsistente, não porque seu personagem não seja bem construído, mas porque no auge dos 30 anos ela está em uma espécie de crise existencial, procurando um sentido para sua vida.


As três, Eunjung, Hanjoo e Jinjoo, trabalham – ou pelo menos tentam trabalhar – no mundo das produções televisivas e cinematográficas, o que é muito interessante de se ver. Em meio aos enfrentamentos do dia a dia, acompanhamos as protagonistas em seus respectivos ambientes de trabalho. Eunjung na produção de seus documentários; Hanjoo no trabalho de marketing dentro de uma produtora de dramas; e Jinjoo como membro de uma equipe que trabalha (é escravizada) por uma escritora de dramas, que após cansar de tanta humilhação decide escrever suas próprias histórias do seu jeito e com sua originalidade.


E em seus altos e baixos, as três amigas, que se conhecem desde a faculdade e nunca mais se separaram, lidam com seus próprios problemas de forma individual e em outros momentos, compartilham entre si os receios que têm em comum – como questões de padrão de beleza e preocupação com a idade. E o fazem sempre com firmeza e determinação, mesmo que por dentro estejam temorosas ou assustadas. E é justamente essa naturalidade com que os problemas cotidianos são apresentados, que faz com que nos identifiquemos com as protagonistas.


Mas elas não são o único tesouro dessa história. Os demais personagens, em sua maioria mulheres, mas também vários homens, nas mais variadas fases e circunstâncias da vida, nos dão várias lições e conquistam nosso coração.


Son Beomsoo (Ahn Jaehong, Fight for My Way), por exemplo, é o produtor que está interessado em tirar do papel o drama escrito por Jinjoo. No início ele demonstra ser alguém insuportável e infantil, o que faz com quem Jinjoo logo antipatize com ele, mas quando os dois começam a trabalhar juntos descobrimos um personagem engraçado que está tentando esconder todas as inseguranças fruto de um antigo relacionamento malsucedido.


Choo Jaehoon (Gong Myung de Céu Vermelho), que é colega de trabalho de Hanjoo, e com quem todo mundo (repito, todo mundo) esperava o desenvolvimento de um romance. E apesar desse romance não acontecer e em alguns momentos o arco de Jaehoon trazer incômodo para quem assiste, sua história é muito interessante. Ele e Hanjoo se ajudam muito no trabalho, eles se tornam verdadeiramente parceiros, mas como a intenção do drama é ser realista, o rumo que esse quase casal toma é diferente do que desejamos. O que representa apenas uma das lições que o drama nos traz e que somos obrigados a engolir a seco, mas com certo prazer.


Outro personagem é Hongdae (Han Joonwoo), o namorado falecido de Eunjung. No momento em que a história começa Hongdae já não está mais vivo, mas através de flashbacks que compõem a história, entendemos como o caminho dele e de Eunjung se cruzaram, além disso, é um personagem que não abandona a história, pois ao longo da retomada de Eunjung em sua vida profissional, vamos acompanhar dezenas de diálogos divertidos entre os dois, frutos da imaginação de Eunjung (cada vez que você assiste um diálogo dos dois, o coração dói pela Eunjung).


Temos ainda o irmão da Eunjung, o jovem cantor Lee Hyobong (Yoon Jion, o Sr. Lim de Tomorrow), que namora o seu chefe, formando o primeiro casal assumidamente gay num drama. O arco do casal não é desenvolvido, mas Hyobong é possível ver como a trama traz o relacionamento deles com naturalidade, mas sem esquecer o preconceito que ainda existe, afinal essa ainda é a triste realidade. Meigo e claramente o único sensato na casa, Hyobong mora com as três amigas e mais o filho pequeno de Hanjoo.


E por fim, mas não menos importante, está um casal que acompanhamos em meio a história dessas três amigas, eles são: Lee Somin (Lee Joobin) e Lee Minjoon (Kim Myungjoon), ela, uma estrela de dramas aparentemente superficial, mas na verdade muito fofa, protagonista do mais novo documentário de Eunjung, e ele, seu gerente, extremamente paciente que está disposto a fazer tudo por ela. Ambos são personagens cativantes, que a história faz questão de desenvolver, desde quando se conhecem, quando ainda são estudantes do ensino médio, até a fase adulta em que se encontram.


Be Melodramatic não é um drama para ser assistido rápido demais. Com personagens cativantes que se misturam e de alguma forma estão relacionados em um mesmo ambiente, nós nos pegamos comparando diversas situações de suas vidas com nossa própria realidade. Enquanto rimos, choramos e nos deliciamos com as mais variadas circunstâncias, vivendo momentos simples e rápidos, mas cheios de significados, nos fazendo lembrar que essa é a vida de verdade, cheia de dúvidas, tristezas e problemas, mas que carrega sua beleza peculiar na sua rotina e nas pessoas que trazemos para a nossa vida.




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