Macacões vermelhos, máscaras, planos mirabolantes por dinheiro e sátira escancarada a sociedade e suas desigualdades. Essas palavras bem que poderiam ser para Squid Game, o fenômeno sul-coreano que abriu as portas dos k-dramas para muita gente.
Mas hoje eu estou falando de Money Heist: Korea a nova super produção da Netflix, que tem tudo para ser um sucesso: elenco de peso; história conhecida, mas traçada de forma surpreendente; e questões sociais envolvidas; além de toda qualidade das produções sul-coreanas que já conhecemos.
HISTÓRIA
Money Heist: Korea – Joint Economic Area é uma série sul-coreana que irá estrear no próximo dia 24 de junho e ao que tudo indica, terá 12 episódios. O showrunner da série espanhola, Álex Piña, está de volta como produtor executivo da série coreana, com a produção da BH Entertainment em parceria com a Zium Content e direção de Kim Hongsun, que já esteve à frente de k-dramas como The Guest e L.U.C.A.: The Beginning.
A série terá uma nova interpretação, apesar disso, continua seguindo um grupo de ladrões de primeira linha, liderados pelo Professor que elaborará um intricado roubo para não ser pego. A história se passará em uma região estratégica, a chamada, Área Econômica Conjunta, uma região fictícia recém-criada onde a fronteira da Coreia do Sul e do Norte estão situadas na realidade.
Essa Área Econômica Conjunta é fruto de uma reunificação pacífica da Coreia que, na história, serve de base para a criação de uma nova economia e uma nova moeda. Os ladrões heterogêneos, de origem do norte e do sul, terão o objetivo de roubar justamente essa nova moeda unificada na Casa da Moeda da Coreia, mais precisamente, 4 trilhões de wons (moeda coreana).
E como na história original, esse roubo tem um objetivo além do simples assalto. Nessa nova e fictícia Coreia, a desculpa para unificação surge da necessidade de superar as dificuldades econômicas, mas o que verdadeiramente acontece é que os ricos se tornaram mais ricos e os pobres, mais pobres, aumentando ainda mais a desigualdade social.
PERSONAGENS
Os personagens, na trama coreana, seguiram com os mesmos nomes da série original, mas com características próprias do cenário coreano, como a personagem Tokyo que é uma ex-soldado norte-coreana, de quem o Professor inicialmente se aproxima para montar sua equipe.
A equipe de ladrões é composta por:
Professor (Yoo Jitae, de When My Love Blooms)
Berlin (Park Haesoo, de Squid Game)
Tokyo (Jun Jongseo, de The Call)
Moscow (Lee Wonjong, de Lie After Lie)
Denver (Kim Jihun, de Flower of Evil)
Nairobi (Jang Yoonju, do filme Three sisters)
Rio (Lee Hyunwoo, de O Mentiroso e Seu Amor)
Helsinki (Kim Jihoon, de Chimera)
Oslo (Lee Kyuho, de Hot Stove League)
Já na força-tarefa conjunta, a liderança da equipe é da especialista em negociação sul-coreana Seon Woojin (Kim Yunjin, da série norte-americana Lost) e do ex-agente especial norte-coreano Cha Moohyuk (Kim Seungo, do filme Os Piratas - Em Busca do Tesouro Perdido).
A MÁSCARA
Uma das grandes novidades da série, é que a famosa máscara de Salvador Dalí, utilizada pelos ladrões, foi substituída por uma das tradicionais máscaras Hahoe, consideradas tesouro nacional do país, utilizada em cerimonias. A escolhida foi a Yangban, a máscara possui um largo sorriso e representa a aristocracia.
As máscaras Hahoe vêm da “Andong Hahoe Byeolsingut Talnori”, ou “a dança da máscara de Hahoe”, apresentações coreanas que serviam para os artistas, de forma satírica, expressarem aquilo que sofriam às custas da elite e todas as atividades indesejadas que eram obrigados a fazer.
Nove dessas máscaras, que sobreviveram desde a Dinastia Goryeo, fazem parte do Tesouro Nacional nº 121. São elas: monge, yangban (o aristocrata arrogante), kaksi (a noiva), imae (o servo tolo do estudioso), bune (a concubina), seonbi (o estudioso pedante), baekjeong (o açougueiro), vovó, choraengi (o servo do nobre).
Dessas nove máscaras, apenas quatro tinham a mandíbula articulada, com a possibilidade de se expressarem, que eram o monge, o nobre, o estudioso e o açougueiro. Esse último personagem, inclusive, é quem tira sarro do nobre e do estudioso durante a apresentação.
A yangban, a máscara do nobre arrogante, utilizada em Money Heist: Korea, tem mais linhas de um lado do rosto, o que representa sua autoridade e idade, enquanto o outro lado tem menos linhas faciais o que representa seu vigor juvenil enquanto, na apresentação tradicional, corteja bune (a concubina). E sua escolha, obviamente, não foi por acaso, afinal, assim como nas apresentações tradicionais e na história original, a equipe de Robin Hood coreana não está interessada, apenas em ficar podre de rico, mas escancarar os verdadeiros problemas do país.
ASSISTA AOS TRAILERS LEGENDADOS:
Imagens e vídeos: Netflix.
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