Midnight é um filme de suspense sul-coreano lançado em 30 de junho de 2021, dirigido e roteirizado por Kwon Ohseung. A produção pode ser encontrada tanto no Kingdom Fansub quanto no Movie Asian Fansub.
Iniciamos a história conhecendo Dosik (Wi Hajoon) um assassino em série que sai durante a noite em busca de mulheres sozinhas andando pelas ruas desertas da cidade. E não, isso não é um spoiler, logo nos minutos iniciais o filme mostra todo o seu modus operandi: primeiro ele atrai sua vítima para uma vã preta que dirige; depois de conseguir capturá-la, ele a mata, coloca o corpo em algum lugar, troca de roupa e liga para a polícia avisando sobre o corpo que supostamente achou.
Essa é a rotina noturna de Dosik, até que em mais uma caçada ele cruza com Seojung, uma jovem que está voltando para casa depois de um encontro, enquanto fala com o irmão mais velho ao telefone. Mas para o azar de Dosik, naquela mesma rua estão Kyungmi (Jin Kijoo) e sua mãe.
Para as duas mulheres, é apenas mais um fim de dia comum: Kyungmi, que trabalha numa central de atendimento ao cliente, acabou de pegar a mãe no trabalho e a deixou na esquina da rua em que moram para estacionar o carro. Ela só não contava que no caminho de volta iria encontrar a jovem Seojung, ensanguentada e pedindo por socorro. E é aí que Dosik cruza o caminho de Kyungmi pela segunda vez naquela mesma noite, mas agora para realmente mudar seu destino.
Para não ser descoberto, Dosik imediatamente marca Kyungmi como seu novo alvo iniciando aí uma perseguição frenética pelas ruas desertas e escuras da cidade até Kyungmi conseguir despistar seu perseguidor, encontrar a mãe e acionar a polícia. Mas não se engane, sua corrida pela sobrevivência está só começando.
Enquanto aguarda a polícia, mãe e filha não fazem ideia de que o homem que se aproxima delas procurando pela irmã desaparecida é justamente Dosik, com outras roupas e sem o boné e a máscara que escondem sua identidade. E, ainda juntos, os três acabam na delegacia, onde Kyungmi e especialmente sua mãe começam a desconfiar do homem que as está acompanhando.
E é aqui que a quinta figura dessa história aparece: Jongtak (Park Hoon) o irmão mais velho de Seojung, que está desesperado. Quando a mãe de Kyungmi consegue alertá-lo de que Dosik é um homem perigoso e que tem relação com o desaparecimento de sua irmã mais nova, os dois homens iniciam uma luta dentro da delegacia, só que a tentativa de parar esse assassino, acaba sendo só mais um obstáculo que ele supera sem muitas dificuldades enquanto segue despercebido.
Após todos serem liberados da delegacia, determinado a terminar o que começou, Dosik vai até o endereço de Kyungmi e essa sequência de cenas do assassino dentro da casa da jovem, que está sozinha, é, sem dúvidas, o momento de maior tensão em todo o filme. Kyungmi tem deficiência auditiva, o que Dosik usa como uma arma ao seu favor: enquanto o assassino passeia pela casa da jovem esperando o melhor momento para atacá-la e acompanhando cada um de seus movimentos, Kyungmi nem imagina que há um convidado indesejado observando-a.
E essa nova perseguição que recomeça na casa em que Kyungmin mora com a mãe, se desenrola pelo agitado trânsito noturno e culmina em meio a uma movimentada rua, garantindo os minutos finais e mais eletrizantes da história que se encerra de forma surpreendente com um plano desesperado de Kyungmi que se mostra disposta a qualquer coisa para garantir a sua sobrevivência, de sua mãe e seus novos amigos, inclusive sacrificar a própria vida.
WI HAJOON E JIN KIJOO: A INCRÍVEL DUPLA DE PROTAGONISTAS
Destaque para a atuação de Wi Hajoon, o policial queridinho Hwang Junho de Squid Game (Round 6), que aqui assume o papel de um assassino frio e manipulador com maestria. Suas expressões ao longo da história causam arrepios aos espectadores e são extremamente convincentes. Além de mostrar sua versatilidade e sua capacidade de dominar os mais vários gêneros.
E Jin Kijoo, como a jovem Kyungmi, completa a dupla de protagonistas com excelência. O desespero que a atriz consegue imprimir em sua personagem enquanto luta pela própria vida tentando sucessivos pedidos de socorro no auge do desespero através apenas de gestos e alguns sons, deixa qualquer espectador nervoso como se estivesse no lugar da protagonista e indignado com a falta de empatia das pessoas a sua volta.
CRÍTICA SOBRE A FALTA DE INCLUSÃO DOS DEFICIENTES AUDITIVOS
E apesar de ser um filme de ação e suspense, a história também traz uma crítica muito importante. Enquanto busca por socorro, Kyungmi enfrenta outra batalha tão angustiante quanto a de se livrar de seu perseguidor, a batalha da comunicação: a jovem é surda e ninguém entende o que ela diz ou ao menos tem paciência para tentar entende-la, essa falta vem, inclusive das pessoas que trabalham para a sociedade, representadas aqui pelos policiais com quem ela tenta interagir, reforçando a falta de atenção, preparo e inclusão dos deficientes auditivos, como retratado claramente no filme, mas que pode servir para enquadrar pessoas com qualquer tipo de deficiência ou limitação, o que só reforça a falta de inclusão da sociedade em geral.
Enquanto Kyungmi sai andando pedindo socorro, claramente aflita e ensanguentada as pessoas simplesmente a ignoram ou a interpretam como louca e preferem dar ouvidos a Dosik, o assassino que ela insiste que a está perseguindo, mas que garante que é seu irmão, mesmo diante da óbvia aflição que a personagem demonstra.
Assista abaixo o trailer de Midnight:
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