Ji Yoonsu (Lim Sujeong de Search WWW e Chicago Typewriter) é uma professora de matemática dedicada, que consegue um emprego na Asung, uma escola de ensino médio dirigida pela diretora Noh Junga (Jin Kyung). Mas a Asung não é uma escola comum, a maioria de seus alunos são filhos de pessoas poderosas que usam de sua influência para privilegiar seus filhos.
Com um esquema orquestrado pela diretora Noh, alunos selecionados recebem vantagens como as respostas das provas e trabalhos prontos que lhe rendem prêmios. E em troca, as famílias desses alunos prestam favores a diretora, como vantagens indevidas em programas e investimentos governamentais.
Uma dessas alunas privilegiadas é Sung Yerin (Woo Dabi de At a Distance, Spring Is Green), a filha do deputado Sung Minjoon. Mas quando a nova professora descobre esse esquema ilegal, a diretora usa de uma mentira, para criar um escândalo envolvendo-a com um aluno, e consequentemente destruindo a vida de Yoonsu.
É nesse cenário que também está Baek Seungyoo/Baek Minjae (Lee Dohyun, mais apaixonante do que nunca, assim como em 18 Again e Youth of May), um jovem gênio que após um trauma, passou a odiar aquilo que mais amava, que era a matemática.
Desde o início, a série deixa claro que se trata de um romance que vai enfrentar muita coisa para enfim prevalecer, mas a forma como o amor dos nossos protagonistas se desenvolve em meio a encontros e desencontros, é o que nos conquista, num universo meio inusitado, que é o da matemática.
Mas agora vamos aos pontos que mais se destacam nesse k-drama de 16 episódios da tvN?
A corrupção dentro da escola
Logo no primeiro episódio há uma fala da diretora Noh que deixa claro qual o espírito da escola: sorte desempenha um papel mais importante do que a habilidade.
Desde o início é evidente que dentro da escola, quem tem uma linhagem melhor, sai na frente. Em uma das cenas, inclusive, a personagem Yerin, a aluna mais privilegiada da escola, questiona o pai se o que define quem chega primeiro é a posição de que se parte, e fica claro que é exatamente isso que importa.
E não só ela ganha essas vantagens, como, anos depois, seu irmão também. O que demonstra que a situação é um ciclo vicioso que nunca para. Até porque é alimentada por aqueles que deveriam garantir os mesmos benefícios a todos. Não só o pai de Yerin, um deputado, faz parte do esquema, como o próprio Ministro da Educação, que usa de projetos instituídos pela escola para desvio de dinheiro.
A pressão do sistema educacional sobre os estudantes
Esse ponto em particular me lembrou muito Sky Castle, o drama de 2018/2019 que é uma verdadeira obra de arte com críticas ao sistema educacional.
A personagem Yerin, desenvolve sérios problemas em razão da pressão que sofre para ser sempre perfeita e ultrapassar seu “adversário" Baek Seungyoo. Podemos perceber como sua saúde é degradada enquanto ela é dominada pela Diretora Noh. A relação das duas me lembrou especialmente a professora Kim Jooyoung e sua pupila Kang Yeseo, da série de 2019.
Mas Yerin não é a única vítima oprimida. Baek Seungyoo, pelo fato de ter crescido como um gênio que fracassou tem uma difícil relação com seu pai porque ele está sempre exigindo do filho que volte a ser o mesmo de antes e lhe traga prêmios e troféus, ignorando o trauma que Seungyoo sofreu no passado e que hoje lhe impede de dar o melhor de si.
O poder de uma professora
Seungyoo é um jovem perdido e confuso, mas a nova professora da Asung o ajuda a se encontrar não com exigências ou ordens, mas fazendo ele redescobrir a paixão pelos números de forma natural e encantadora. E é exatamente isso que faz Seungyoo se encantar por Yoonsu.
Yoonsu ajuda também Yerin a encontrar seu destino e encarar seus problemas. São os conselhos da professora que lhe dão coragem para fazer o que é certo e expor os crimes de que tem conhecimento, mesmo sabendo que vai se prejudicar ao contar a verdade.
Tudo isso, obviamente, custa um preço bem caro para Yoonsu. Enquanto luta pela verdade e tenta ensinar os alunos a seguir o caminho da honestidade, ela se torna uma inimiga para os planos da Diretora Noh, e para derrubá-la a diretora usa justamente a proximidade de Yoonsu e Seungyoo para jogar seu nome na lama e torná-la desacreditada diante de todos, encobrindo suas trapaças.
A matemática com outros olhos
O último ponto é realmente interessante, porque traz algo diferente: o uso da matemática para enxergar a vida. Pelos olhos de Seungyoo e o amor que ele e Yoonsu compartilham pelos números, nos vemos involuntariamente encantados por esse universo onde nossos protagonistas estão, através da natureza, das formas geométricas ou das obras de arte.
Além disso, através de metáforas, os diálogos comparam a arte de resolver problemas à arte de se apaixonar, testar insistentemente e achar a resposta para comprovar sua tese ou provar o seu amor, ainda que as hipóteses estejam erradas ou todos digam que o problema não tem solução.
CURIOSIDADES
Srinivāsa Rāmānujan: o nome do matemático indiano é um dos mais citados no drama. Apesar da educação limitada, e da curta vida, demonstrou desde cedo um extraordinário talento para a matemática, tendo ajuda especialmente do matemático G. H. Hardy para ter seu trabalho conhecido. Sua vida também é contada em várias obras, uma delas é “O Homem que Conhecia o Infinito”.
G. H. Hardy: é outro nome presente no drama, foi um matemático inglês dedicado a matemática pura e a análise. Seu livro "Apologia de um Matemático", ele explica a matemática e a atividade de um matemático sobre sua visão pessoal.
Seungyoo é comparado várias vezes a Rāmānujan devido a suas habilidades natas com os números. E Hardy é o apelido utilizado pela professora Yoonsu quando ela ajuda secretamente Seungyoo, sem nenhum deles saber. Fazendo uma comparação com a realidade em que Hardy ajudou Rāmānujan.
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