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Foto do escritorJéssica Caroline

Marriage Contract: melodrama sobre vulnerabilidade e lembranças


Hoje eu vou falar sobre Marriage Contract, um melodrama de 2016. Confesso que tinha boas expectativas sobre esse drama, mas ao assisti-lo fiquei surpresa em como me apeguei aos personagens, me alegrei e chorei com eles.


Em Marriage Contract nossa protagonista, Hyesoo, está vivendo o que claramente é a pior fase de sua vida. Ela é mãe solo, seu marido morreu em um acidente e ela cria sozinha a filha pequena. Mas essa não é a maior dificuldade que ela enfrenta. Seu marido lhe deixou dívidas e agora os agiotas a perseguem para todo lado obrigando-a a pagar os juros absurdos que acumularam. Por conta disso mãe e filha vivem se mudando.


Como se nada disso fosse suficiente, ela descobre que está com um tumor cerebral, em uma área complicada e com poucas chances de recuperação. Pior impossível, até uma noite em que nossa protagonista ouvi os planos de seu chefe: um casamento arranjado em troca de um transplante.


Jihoon é um mulherengo que dirige um belo restaurante que lhe foi dado pelo seu pai. Sua vida parece boa e sem preocupações, mas a realidade não é essa. Filho fora do casamento, ele foi criado pela madrasta; sua relação com sua mãe nunca foi muito boa e dentro de casa ele sempre se sentiu como um estranho.


Quando sua mãe precisa de um transplante, Jihoon não mede esforços para conseguir ajudá-la. É nesse cenário que ele e nossa protagonista cruzam seus caminhos. Ela precisa de dinheiro e ele está disposto a pagar por um órgão para sua mãe. E como eles vão fazer isso sem que as pessoas descubram que é uma venda clandestina? Por meio de um contrato de casamento.


Mas é aí que a história fica mais interessante, conforme conhecemos os personagens e aquele recorte de suas vidas.


Hyesoo está no pior momento de sua vida, com inúmeras dificuldades e agora acaba de descobrir que está seriamente doente. A única coisa que a mantém forte e a faz levantar todos os dias é sua filha, Eunsung. Pela menina, Hyesoo está disposta a qualquer coisa.


Mas em seu íntimo é possível perceber o quanto ela está com medo e desamparada. A única pessoa com quem pode contar é sua melhor amiga Jooyeon. E que melhor amiga. Jooyeon é aquela pessoa que qualquer um gostaria de ter por perto. Ela está sempre apoiando Hyesoo. A amizade das duas é tão bonita que é impossível não desejar uma amiga assim.


Já a relação de Hyesoo com a sogra não é tão boa assim. Afinal, ambas as mulheres foram ligadas na vida por uma pessoa em comum, o marido da Hyesoo, filho da Younghee. A perca desse elo com a partida tão prematura e inesperada dessa figura, criou uma ruptura na relação dessas duas mulheres cheias de dor e sofrimento, mas que pouco a pouco vai se dissolvendo.


Mas não é apenas do lado de Hyesoo que as relações são tão complexas. A relação de Jihoon com sua mãe também é cheia de emaranhados. Os dois não parecem muito próximos, mas Jihoon enxerga e sente Miran, sua mãe, como sua verdadeira família, isso faz com que ele a ajude sem pensar muito nas consequências dos seus atos, o casamento arranjado é o maior exemplo disso.


Aqui nesse drama, fica claro a vulnerabilidade da vida. Diversas percas ou percas iminentes estão se desenrolando nessa história: Jihoon quando foi abandonado pela mãe ainda criança e agora corre o risco de perdê-la definitivamente por conta de sua doença; Hyesoo que perdeu o marido e agora corre o risco de deixar sua filha também por conta de uma doença.


Mas também destaca a importância da vida e das boas lembranças. Nós não conhecemos o marido de Hyesoo, mas a foto que ela mantém sempre a vista nos faz considerá-lo uma figura presente; ao mesmo tempo Jihoon e a mãe sofrem por momentos não vividos e, especialmente Miran se arrepende ao refletir como perdeu tempo com coisas inúteis.


A cena em que mãe e filho se despedem antes da cirurgia de Miran é um dos pontos altos dessa relação, cheia de tristeza, pequenas recordações e palavras não ditas. Ouso dizer que todas as cenas desses dois são carregadas de emoção, especialmente arrependimentos.


Como um bom melodrama Marriage Contract pega um recorte da vida dessas pessoas que estão apenas vivendo para nos dar uma série de lições sobre como vivemos a nossa vida.


Essas pessoas que agora estão tentando sobreviver no limite com seus sofrimentos e arrependimentos, lidam diretamente com essa vulnerabilidade e o desejo de guardar boas lembranças.


Como o desejo desesperado e persistente de Jihoon de realizar o sonho de sua mãe: uma foto de família para sentir que faz parte de algo e construiu algo na vida.


Marriage Contract entrega aquilo que um melodrama deve entregar. Nos identificamos com os personagens e suas histórias e aprendemos algumas lições que levamos para nossas vidas, não garantindo que todo final será feliz, mas que há bons momentos no meio do caminho.


Conteúdo exclusivo.

Não retirar sem dos devidos créditos!


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