Law School: verdade e justiça somente pela lei

Antes de começar o texto preciso compartilhar algo pessoal com vocês. O que mais me levou a assistir esse drama foi a nostalgia que ele me trouxe me fazendo lembrar meus 5 anos como estudante de direito. Claro que o campus da faculdade não era tão bonito nem tão bem estruturado nem os professores eram tão elegantes, mas a sensação e o clima estudantil era exatamente igual com os grupos de estudo, os júris simulados, as conversas na xerox e até os estágios no tribunal.

Agora vamos a história em si.

A série gira em torno do misterioso assassinato de um dos professores da faculdade Hankuk, Seo Byeongju (Ahn Naesang) e o principal suspeito que é outro professor, Yang Jonghoon (Kim Myungmin). Ambos, antes amigos, agora inimigos fruto de um rumoroso caso de corrupção envolvendo o falecido.

Paralelamente várias histórias dos alunos são contadas e apesar de muitos deles se tornarem suspeitos o drama não demora a desvendar se são envolvidos ou não com o assassinato.

O protagonista, o professor Yang é um daqueles personagens cuja intenção é demonstrar que tem os próprios métodos de trazer a verdade a tona ou ensinar direito aos seus alunos independente das críticas ou das dificuldades dos outros entenderem aonde ele quer chegar, mas infelizmente nem a gente mesmo entende e na maior parte do tempo o assassinato que o envolve, que deveria ser o centro da trama se torna um ponto secundário.

Vou começar falando da Kang Sol A (Ryu Hyeyoung) ela representa a personagem pobre entre os colegas ricos e de famílias de prestígio, é sempre esforçada e disposta a ajudar os colegas apesar de sempre repetir que está um passo atrás deles porque não é tão inteligente ou não teve bons estudos. A função dela na série é exatamente fazer o contraste com sua colega de quarto que leva o mesmo nome que o seu.

Kang Sol B (Lee Sookyung), ao contrário, vem de uma família rica e prestigiada de juízes e o seu pai é vice reitor da faculdade. O que demonstra que ela teve e tem todas as oportunidades e condições, além disso é extremamente inteligente. Apesar desse fato, é infeliz e sempre mal humorada. Também tem uma mãe que vive ameaçando se matar com remédios. Esse é um ponto que podia ser mais bem explorado, mas infelizmente se perde no meio do assunto principal.

Han Joonwhi (Kim Bum) é outro personagem que em alguns momentos nos deixa confusos. Durante boa parte da história não sabemos se ele é uma pessoa legal, mas precavida ou está realmente preocupado apenas consigo mesmo. Essa ambiguidade faz com que ele seja visto por quem assiste, com dúvidas e ressalvas, apesar no fim das contas se encaixar na lista de mocinhos.

O outro personagem é Seo Jiho (Lee David). Envolto em mistérios, seu passado só começa a ser revelado como forma de o tornar suspeito do assassinato central. Afinal, ele culpa o assassinado pelo suicídio de seu pai, mas quando descobre o verdadeiro culpado sua história toma rumos próprios, que infelizmente, não nos é mostrado, apesar de ser muito legal a ideia dele, como um estudante de direito, buscando justiça contra uma figura pública e poderosa.

Agora vou falar da história que mais gostei, que foi o relacionamento abusivo entre Jeon Yeseul, uma das alunas da faculdade, e o filho do deputado. Na minha opinião a história foi bem desenvolvida ao longo dos episódios. Apesar de não mostrar cenas de violência explícitas, as discussões e os hematomas que sempre vemos na aluna dá a entender a gravidade da situação e quando ela tenta se livrar dele, ele a ameaça com vídeos íntimos gravados clandestinamente. A serie mostra como o abusador consegue ter o controle da vítima a ponto dela ter dificuldades em interpretar isso como abuso e não como amor; e que a violência contra a mulher se faz presente em todas as classes.

Por fim, a serie finaliza com um vilão um tanto quanto fácil de identificar. Talvez o objetivo da história seja nos prender contando passo a passo os motivos que levaram ao assassinato, não necessariamente nos fazer questionar quem seria o culpado. Olhando por esse ângulo, a série faz bem seu papel, relacionando a história pessoal de cada um dos seus personagens com o assassinato na faculdade, mas não espere que todos os pontos sejam devidamente explicados e encaixados.