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Kingdom: corrupção, miséria e zumbis

  • Foto do escritor: Jéssica Caroline
    Jéssica Caroline
  • 22 de out. de 2021
  • 5 min de leitura


Kingdom é uma produção original Netflix, escrita por Kim Eunhee (de Signal) e dirigida por Kim Seonghun. Composto por duas temporadas de 6 episódios, cada, que variam entre 35-55 minutos e mais um episódio especial intitulado Kingdom: Ashin of the North. A história é uma adaptação dos quadrinhos Land of the Gods idealizado pela própria Kim Eunhee e lançado originalmente em 2014. Já a série chegou com sua primeira temporada em 25 de janeiro de 2019, e a segunda, foi liberada pela plataforma em 13 de março de 2020. E seu episódio especial em 24 de julho de 2021, e é por ele que vamos começar.


Em Kingdom: Ashin of the North, acompanhamos a misteriosa personagem que conhecemos nos últimos minutos do último episódio da 2ª temporada, intitulada Ashin (Jun Jihyun).


Apesar de ser lançada depois das duas temporadas, esse episódio especial de cerca de 1h e 30min, funciona como um prólogo ou introdução para as duas temporadas de Kingdom. Então se você ainda não assistiu nada da história, pode começar sobre o filme; mas se você seguir a ordem cronológica de lançamento, como a maioria de nós, esse último capítulo de Kingdom servirá para dar algumas respostas.



O episódio especial se inicia trazendo o contexto histórico em que Joseon estava inserida. A história acontece em meio a devastação deixada pela última invasão japonesa no Sul e também nos explica a origem dos povos envolvidos na história.


Os Jurchéns da Manchuria, ao norte do Rio Amnok que se reuniam na bacia do Rio Pajeo sob a bandeira Pajeowi, um povo considerado perverso e cruel. E os Seongjaeoyain, os Jurchéns que viviam em Joseon.


A história começa nesse extremo norte da antiga Coreia. Para o reino de Joseon, os Pajeowi eram tidos como bárbaros, já o povo de Seongjaeoyain, apesar de viver em terras coreanas por mais de um século não eram considerados parte do povo de Joseon.



É em Seongjaeoyain que conhecemos Ashin, ainda criança. Em troca de promessas de uma vida melhor, seu pai, Ta Hyeop, líder da tribo, se arrisca como espião entre os Pajeowi.


Mas na fronteira entre esses dois povos existe Pyesagun, uma misteriosa área, cuja entrada é proibida. Mas acaba por servir de cenário para o misterioso assassinato de um grupo de Jurchéns e é onde Ashin encontra uma misteriosa planta lilás, cujos desenhos ancestrais indicam que traz os mortos de volta a vida. O que obviamente seria uma esperança para Ashin salvar a sua mãe gravemente doente.


Só que ao retornar para sua tribo com a planta, Ashin encontra seus moradores todos mortos. E em resposta, ela jura vingança contra todos aqueles que mataram seu povo e sua família. O que vai gerar seus atos de destruição, especialmente quando descobre quem verdadeiramente foi culpado pela devastação de sua tribo, anos depois, quando ela já está adulta.


Fique atento, porque em Ashin of the North encontramos alguns rostos bastante conhecidos na série, como o comandante da Comanda Real, que dá abrigo a Ashin quando sua tribo é destruída; Cho Beomil, filho de Lorde Cho, que nos poucos minutos que aparece é suficiente para relembrar nosso ranço pelo personagem; e o médico Lee Seunghui.



Já na série Kingdom, ao longo dos 12 episódios nós acompanhamos o príncipe herdeiro Lee Chang. O personagem interpretado por Ju Jihoon é o típico herói, determinado, corajoso e que está disposto a dar a vida pelo seu povo. Mas as circunstâncias do seu nascimento tornam sua posição um tanto quanto delicada e quando seu pai é acometido de uma doença misteriosa e a rainha está grávida, sua posição fica ainda mais complicada.


Desconfiado da forma como Lorde Cho (Ryu Seungryong), o líder do clã Haewon Cho que lidera o governo, proíbe que qualquer pessoa que não seja ele próprio e quem lhe é determinado, tenha acesso aos aposentos do rei, o príncipe herdeiro começa a desconfiar de suas verdadeiras intenções e após recolher provas, ele decide ir atrás de quem pode lhe dar respostas.



É com essa decisão que ele parte com seu homem de confiança, Mungyeong (Kim Sangho) em busca do médico Lee Seunghui em Jiyulheon, na província de Dognae, o antigo médico do rei, cujo nome estava no diário da enfermaria real.


Mas os problemas de Lee Chang estão apenas começando. Primeiro porque suas suspeitas contra Lorde Cho são mais que verdadeiras, o lorde usa de um método um tanto quanto duvidoso para garantir que o rei permaneça vivo até o nascimento do filho da rainha. Esse método é empregado pelo médico Lee Seunghui para “ressuscitar” o rei, mas é exatamente essa artimanha que causa a epidemia de zumbis no reino.


Lorde Cho e seu clã Haewon Cho representam toda a corrupção no reino. A história dentro da Dinastia Joseon mostra como o governo estava mergulhado em intrigas pelo poder, mentiras e desperdícios dos governantes, enquanto o povo sobrevivia em uma vida miserável numa realidade muito distante do que acontecia dentro dos portões do palácio. A viagem do príncipe herdeiro em busca do médico que cuidou de seu pai traz boas passagens mostrando a realidade do povo e as disparidades socioeconômicas dentro do reino.



Para completar, ao chegar em Jiyulheon, o que o príncipe herdeiro encontra, no lugar da clínica do médico, é um lugar abandonado, destruído e cercado por lanças que protege o mundo exterior da ameaça que há lá dentro. Só que desconhecendo esse fato, ele abre o lugar e é aí que o inevitável acontece.


É nesse ambiente que o Lee Chang encontra Seobi (Bae Doona), a enfermeira que trabalhava com o médico Seunghui, conhecedora de sua técnica usada para trazer o rei de volta a vida através de uma flor intitulada “Planta da Ressureição”. E Yeongshin (Kim Sungkyu), um homem misterioso com um triste passado, que compactua dos ideais do príncipe, se tornando seu aliado.


A série é uma ótima pedida para quem gosta do gore. Quando cai a noite e os zumbis despertam saindo alucinados para todos os lados, as cenas são mergulhadas num ambiente de terror com direito a muito sangue, mordidas, vísceras para fora e cabeças rolando. Em um contraste incrível com as cenas do palácio, apresentadas em cores fortes e vivas, num ambiente aparentemente pacífico. A contradição gritante é encantadora de se olhar, o que demonstra a qualidade da produção com a construção das imagens e ambientes.



O que garante também as ótimas cenas de ação protagonizadas pelo príncipe Lee Chang e os seguidores que ele vai conquistando ao longo do caminho, como Lorde Ahn, seu antigo orientador, considerado um herói nacional após vencer uma batalha contra os japoneses três anos antes da epidemia de zumbis estourar no país, por meios que explicam o conhecimento de Lorde Cho sobre a “Planta da Ressureição”. Além de guerreiros do palácio e das províncias vizinhas que precisam encarar de perto o exército de zumbis para defender seu povo.


Só que enquanto Lee Chang, juntamente com o povo luta para sobreviver, o reino também enfrenta seus problemas. Determinado, ainda mais do que antes, a eliminar o príncipe herdeiro, Lorde Cho mantém o controle sobre o governo, numa caçada determinada pelo príncipe, enquanto a rainha, sua filha, esconde também seus segredos sangrentos nas paredes do palácio para garantir que o seu clã se perpetue no poder.


Todos esses fatores compõem uma ótima história que prende a quem assiste por vários motivos: seja pelas cenas de terror, pelas de luta corporal ou das intrigas do palácio. Agradando aos mais variados públicos sem perder a mão ou se desviar do objetivo original utilizando de zumbis, figuras de terror, para mostrar o quanto a população sofria dominada pela pobreza e os poderosos se achavam superiores.


Como esquecer a discussão do que fazer com os corpos dos zumbis adormecidos? E como diferenciar os ricos dos pobres através do tecido da roupa, para dar um enterro digno aos ricos e queimar os pobres? Quando no final todo mundo estava sujeito as mesmas situações e ao mesmo destino?


Abaixo confira os trailers das duas produções:





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