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  • Foto do escritorJéssica Caroline

Além do Guarda Roupa: o b-drama deu certo?


A História.


Carol é uma adolescente que precisa lidar com várias questões pessoais em busca de sua verdadeira identidade. Filha de mãe brasileira e pai coreano, ela mora com a tia e a prima, desde a morte da mãe e a volta do pai para a Coreia. A história se passa em São Paulo, mais precisamente no Bom Retiro, região que respira a cultura coreana aqui no Brasil.


Carol divide sua rotina entre a escola, o trabalho na cafeteria da tia e o sonho de ser bailarina, como a mãe. Mas a vida de Carol não é assim tão simples, sua rotina é extremamente exaustiva e o sonho de dançar parece cada vez mais distante.



Como se não fosse suficiente todo estresse que sofre, Carol se vê cercada pela onda do k-pop que invade sua escola e sua família. E o problema está no fato de que Carol odeia tudo que vem da Coreia, pois, segundo ela, o país asiático nunca lhe trouxe nada de bom. Mas a vida de Carol vira de cabeça para baixo quando um portal mágico se abre através de seu guarda-roupa e liga seu quarto diretamente à Coreia do Sul, mais precisamente ao apartamento do maior grupo de k-pop da atualidade: o ACT.


Essa relação construída de forma inesperada e mágica mudará tanto a via de Carol, que terá que lidar com seus problemas e traumas do passado, quanto da vida dos membros do grupo, que também terão que enfrentar suas questões pessoais.

Os Personagens.


Carol (Sharon Cho)


Carol é a protagonista da história. Ela é sempre certinha e aceita tudo com o máximo de compreensão, apesar do desgaste físico e emocional em que vive. Depois que sua mãe morreu e seu pai a abandonou, ela passou a morar com a tia, ou melhor, sua tia foi viver na casa em que ela morava com os pais e o espaço de Carol ficou resumido ao puxadinho da casa, antes estúdio de balé da mãe e atualmente metade seu quarto e metade depósito da cafeteria.


Carol enfrenta, em especial, um sério problema com sua ascendência: seu pai a abandonou ainda criança e nunca mais a procurou, o que fez com que ela se tornasse avessa a tudo proveniente da Coreia do Sul.


Carol trabalha quase à beira da exaustão na cafeteria que pertencente a sua tia. O único momento em que Carol se sente em paz é quando está dançando balé. Assim como a mãe, ela sonha em ser bailarina, mas até realizar esse sonho não parece tão fácil. O que faz com que muitas vezes Carol considere desistir.

O ACT


ACT é um grupo de k-pop fictício retratado na série. Desde o debut, eles se tornaram o maior grupo de k-pop da história. Seus membros são Kyung (Woo-jin, ex-Stray Kids), Dae Ho (Jin Kwon do Newkidd), Sang Mok (Lee Min-wook) e Chul Woo (Yoon Jae Chan do ex-duo XRO).


O grupo é um sucesso tremendo que domina as paradas nacionais e internacionais, mas por traz dos palcos, o quarteto está com sérios problemas: Kyung, o líder e grande nome do grupo parece estar no meio de uma crise o que está tornando o futuro do grupo incerto.



Kyung é aquele tipo de personagem que não se preocupa com a opinião das pessoas, nada parece interessante para ele e até para os membros do grupo, ele parece inalcançável. E na busca por se reencontrar, ele faz uso do portal e se muda da Coreia para o quartinho de Carol, mesmo sem a permissão dela.


A convivência dos dois, naturalmente, é cheia de desentendimentos. Mas apesar da personalidade difícil, Kyung começa a ajudar Carol na sua competição de balé e aos poucos, o gelo entre os personagens vai se desfazendo criando aquele típico clima de enemies to love.


O segundo membro do grupo que merece destaque é o Dae Ho (team Daae Ho até o fim). Dae Ho é o cavalheiro do grupo, o personagem que desde o início sabemos que vai ficar na friendzone, mas mesmo assim vamos torcer ao seu favor. Ele também é o personagem que mantém o grupo unido e é o melhor amigo do Kyung.



Sang Mok e Chul Woo completam o grupo. Os dois não recebem tanto destaque quanto os dois primeiros integrantes, mas ajudam no enredo, tornando o clima leve e divertido quando aparecem. Dos dois personagens, quem ganha um pouco de história é o Chul Woo que se torna o par romântico de um amigo da protagonista.

Regina (Júlia Rabello) e Luísa (Júlia Bach)


Regina é a tia e Luísa é a prima de Carol. As duas assumem bem o papel de madrasta má e irmã aproveitadora, respectivamente, no conceito moderno de Cinderela apresentado na série. Regina é uma mulher estressada. Ela faz a sobrinha trabalhar no seu café, fazendo faxina na sua casa e cozinhando para ela. Já Luísa acredita ser uma empreendedora nata, sempre querendo inovar no café. Sua mãe sempre alimenta suas ideias, além disso, Luísa não perde a oportunidade de se aproveitar de sua prima Carol.



Apesar de serem pessoas que maltratam Carol em muitos momentos, a série também mostra um outro lado dessas personagens. Regina sempre foi uma mulher esforçada, que batalhou muito para criar a filha e Luísa é uma jovem insegura que está tentando passar uma imagem de confiança para não demonstrar suas verdadeiras fraquezas.

Nayara (Sabrina Nonata)


A personagem se torna a melhor amiga de Carol e as duas dividem o trabalho no café a partir do meio da história. Nayara é a administradora do ImpACTadas, fandom brasileiro do grupo. É superativa nas redes sociais e também uma pessoa animada.


Nayara sabe tudo do ACT, mas fora das redes sociais, Nayara é uma pessoa insegura. Ela tem um namorado virtual, mas não se sente confiante o suficiente para conhecê-lo pessoalmente, além disso, ela conta e passa por algumas situações que claramente se configuram como bullying. Mas infelizmente, sua história não é tão explorada, porém a construção de sua personagem é muito boa.

Diguinho (Lucas Deluti)


Esse personagem foi, para mim, a melhor surpresa. Eu adorei cada segundo que ele apareceu em tela e se desenvolvimento. Diguinho se torna amigo de Carol também, e é o primeiro a descobrir sobre o portal e o ACT no carto da Carol.


Diguinho se torna um grande ajudador de Carol, ele está sempre ao seu lado e disposto a ajudá-la. Mas Diguinho também enfrenta seus problemas, ele é gay. Sua mãe sabe e aceita com a maior naturalidade, já seu pai insiste em fingir que não sabe de nada. Por conta de a história ser curta, essa questão também não é tão destrinchada quanto merecia, mas ainda assim conseguimos acompanhar Diguinho tendo coragem de abrir o jogo com o pai e chegando pertinho de viver seu romance.


Opinião Sincera


No início, para mim, foi bem complicado me adaptar ao ritmo da história. Os personagens e a forma como eles foram desenvolvidos assumiu uma forma que não permitiu tanto aprofundamento quanto eu ansiava.


Dois personagens que para mim, foram desnecessários e poderiam ser completamente reformulados foi o manager JP, interpretado pelo Pyong Lee e o produtor musical Pyeonghoo interpretado pelo influencer Gabriel Kim. Eu não estou aqui para falar do Pyong ou do Gabriel, mas seus personagens, para mim, foram extremamente caricatos, mal construídos e com péssimas oportunidades. Ambos foram construídos para serem exagerados e engraçados, mas no fim foram apenas exagerados mesmo.



Apesar disso, o enredo é bom, leve e divertido e a mensagem principal é passada. Eu me apeguei a história especialmente nos quatro episódios finais, em que Carol precisa lidar com os sentimentos reprimidos dentro de si em busca de encontrar quem verdadeiramente é. Para isso, ela precisou ser sincera com ela mesma e assim dar o primeiro passo para resolver seus conflitos.



Criar uma história unindo pessoas de lados completamente opostos do globo terrestre, realmente não é uma tarefa fácil e por isso, a produção merece aplausos por conseguir tirar do papel uma mistura que parece arriscada.


Mas o que eu mais senti falta foi de tempo. A premissa é boa, os personagens são cativantes, mas não têm tempo suficiente para se aprofundarem. Outro ponto, é a tentativa de manter algumas “regras” dos k-dramas com um viés abrasileirado.



Os personagens lidam com várias situações do cotidiano brasileiro com churrasquinho na laje e reunião na frente da TV de um estabelecimento comercial para assistir e comemorar por algo como se fosse final de Copa do Mundo; ao mesmo tempo há a formação do triângulo amoroso com personagens opostos (uma vibe bem Boys Over Flowers aqui).


Essa mistura tem a intenção de parecer promissora e de alguma forma aconteceu, mas para quem começou a assistir a série buscando algo mais parecido com os k-dramas tradicionais, que tanto aprendemos a gostar, pode ter ficado um pouco decepcionado.


Tudo o que eu espero é que, caso uma segunda temporada venha a ser confirmada e se torne real, possamos conhecer mais de cada personagem e também ter os arcos em aberto, finalizados, afinal, quem assistiu a série até o fim percebeu que muitas questões ficaram se, resposta, como por exemplo: Qual será o futuro do ACT? Apesar de ter retornado, o grupo está mais quebrado por dentro do que antes. Carol finalmente conseguiu dar mais um passo em busca do seu sonho e passou no concurso? E Diguinho, vai conseguir viver sua história de amor com o seu idol?


Conteúdo Exclusivo

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