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A Netflix está criando uma nova era de k-dramas?

Foto do escritor: Jéssica CarolineJéssica Caroline



Os doramas são as nossas queridas novelas, que não se limitam a Coreia do Sul, mas abarca produções de vários países da Ásia. Os k-dramas, porém, são de longe o carro chefe dos doramas, influenciados especialmente pela disseminação do k-pop pelo mundo.


As séries sul coreanas ganharam grande destaque, especialmente em nosso país, durante os dois últimos anos, em decorrência da pandemia do Covid 19. O isolamento e a busca por distrações e distanciamento da realidade levaram ao aumento do consumo de streaming, e obviamente, as plataformas se aproveitaram disso. Mas apenas adquirir os direitos sobre k-dramas produzidos pelas produtoras sul coreanas, passou a não ser suficiente, a partir daí as grandes plataformas passaram a investir em suas produções originais.


E a empresa que deu o ponta pé inicial nessa revolução foi a Netflix, que viu sua audiência crescer mais de 100% no período acima citado, fazendo com que a plataforma, que até poucos anos atrás tinha menos de 100 produções do gênero, disponibilizasse aos seus assinantes uma avalanche dos k-dramas. E cada vez mais incentivada por esse crescimento, podemos acompanhar quase que diariamente a inclusão de uma nova produção no catálogo.


Cinderella and Four Knights

Mas os k-dramas tradicionais têm características bem definidas: em regra compõem-se de 16 episódios de cerca de 60 minutos; e dificilmente ganham uma segunda temporada, por conta disso suas histórias são bem definidas com começo, meio e fim. Além disso a maioria das histórias tem um padrão bem definido com mocinho e vilão.


Nelas, o mocinho vem de um passado difícil e precisa lutar muito na vida para realizar os seus sonhos; enquanto o vilão, usa do poder que possui para dar os rumos da vida de outras pessoas, até ser parado pelo tradicional mocinho determinado. As cenas que envolvem lutas e perseguições ficam por conta dos dramas categorizados do gênero ação; e os casais existentes são sempre heterossexuais, onde o máximo de contato que se vê entre eles são toques de mão, abraços e selinhos.


The K2

O que podemos ver hoje, porém, são novos formatos, estilos e histórias. Muitos dos atores que estamos acostumados a ver nos k-dramas tradicionais, agora dão a vida a personagens bem diferente. Muito provavelmente em uma tentativa de ocidentalizar as produções sul coreanas para que caiam no gosto daqueles espectadores que ainda torcem o nariz para o gênero.


Nessas histórias a primeira diferença que notamos é o tamanho da produção, que vem, em regra, com metade da quantidade de episódios de um drama tradicional e cada episódio gira em torno de 40-45 minutos. Além disso, as tramas são claramente diferentes, agora o romance puro e inocente dá lugar a críticas a sociedade com histórias absurdas e mirabolantes.



O primeiro grande nome que vem à cabeça de muitos, provavelmente é Round 6: a história satírica, recheadas de humor negro, conquistou os corações de todos, e fez até os mais céticos se renderem as produções coreanas – o sucesso foi tão grande que garantiu uma segunda temporada.


Outros exemplos da nº 1 dos streamings são: Narco Santos, baseado na história real de um sul coreano que viajou até o Suriname para abrir um negócio que parecia lucrativo, mas acabou na prisão e se envolveu com o maior traficante de drogas da região); La Casa de Papel: Coreia, que está prestes a lançar sua 2ª temporada, após embarcar no sucesso espanhol; Match VIP, uma produção sobre a rica sociedade coreana em casamentos arranjados em busca de mais poder; e Juvenile Justice, que acompanha um trio de juízes que lidam com casos envolvendo jovens delinquentes.


Match VIP

Produções que talvez não estejam dando tanto retorno quanto a grande plataforma esperava, mas estão servindo para medir os gostos e preferências dos seus usuários.


Essas histórias complexas, são bem diferentes dos dramas sul-coreanos tradicionais, com cenas de violência explicita; consumo de drogas e bebidas alcoólicas, muitas vezes envolvendo até menores de idade; além de cenas mais íntimas entre casais tanto hétero como homossexuais.


Um exemplo recente que segue essa mesma linha é Somebody, a nova aposta da Netflix que acompanha a desenvolvedora de um aplicativo de relacionamento, que dá nome a série. Essa mulher, chamada Kim Sum (Kang Hyerim), tem dificuldades de relacionamento, mas é no próprio aplicativo que criou, que conhece Yuno (Kim Youngkwang), um homem misterioso que tem um grave segredo e esconde uma vida paralela.


Somebody

Mas uma vez a intenção é garantir o suspense ao longo de seus 8 episódios, mas o que vemos é uma história um tanto quanto confusa e que não vai muito além do que apresenta logo no início, sendo previsível seu desfecho, que nem os atores de qualidade que estão na trama, conseguem garantir a empolgação até o fim.


Mas a Netflix não é a única que descobriu a mina de ouro advinda dos k-dramas e está escavando a todo custo para garantir lucro. Outras grandes plataformas de streaming também estão correndo para preencher seu catálogo. Como Apple TV e Start+, da Walt Disney. Óbvio que a maioria de suas produções ainda são adquiridas da Coreia do Sul, mas claramente estão aproveitando a onda de sua rival para experimentar alternativas e conquistar seus assinantes.



Algumas opções de sucesso que podemos encontrar na Apple TV são clássicos como Goblin, Descendentes do Sol; e produções originais como Dr. Brain, que deu ao ator Lee Sunkyun, a oportunidade de concorrer ao Emmy Internacional desse ano; e Pachinko, produção inspirada no livro de mesmo nome de Lee Minjin que também já tem uma 2ª temporada garantida após conquistar os corações ao retratar a vida de uma mulher desde sua infância até sua velhice ao longo dos anos de dominação japonesa na Coreia do Sul até o início dos anos 1990.


A outra plataforma que também está na corrida é a Star+, através de exemplos como Snowdrop, o primeiro k-drama a chegar na plataforma, protagonizado por Jisoo (BLACKPINK) que acompanha a história de amor entre dois jovens em meio ao Movimento Democrático sul coreano de 1987; Big Mouth, o drama protagonizado por Lee Jongsuk como um advogado vigarista que se envolve com pessoas poderosas e assume a identidade de um vigarista; e a produção original da Disney+, #Soundtrack1, o mini drama que conta a história de um casal de amigos que se apaixona.


Snowdrop

Mas essa variedade de produções, estilos e gêneros nos k-dramas trazidos por essas plataformas, não trazem vantagem apenas para as empresas, que faturam grandes fortunas, mas também para os espectadores do gênero, que antes limitados a fansubers, agora encontram nos catálogos uma variedade gigantesca para todos os gostos e com acessibilidade (em decorrência do recurso de dublagem), contribuindo para a disseminação dos k-dramas.


Torcemos apenas para que a quantidade não perca a qualidade nem a essência original das produções sul coreanas, que pelas suas características tradicionais conquistaram nossos corações, ainda que tenham demorado a formar uma base sólida, mas que se apegou ao estilo enquanto buscava fugir das produções norte americanas e europeias repetitivas.


Fontes: 1, 2.


Não retirar sem os devidos créditos.

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